Encontro tenta evitar que o incêndio e demolição do Camelódromo acabe em Pizza para o governo e na miséria ou na marginalidade para as quase 10 mil pessoas que dependiam do Centro Comercial
A Associação do Comércio Alternativo da Central do Brasil discutirá quinta-feira, dia 6 de maio, o futuro dos quase 2 mil funcionários do centro comercial que teve 80% de suas lojas destruídas em incêndio no dia 26 de Abril, que aconteceu no Centro da cidade do Rio de Janeiro. A audiência está marcada para as 10h na sala 316 do Palácio Tiradentes, que fica na rua Primeiro de Março, sem número, Centro. Ao todo, cerca de 10 mil pessoas podem ser prejudicadas diretamente em seu sustento financeiro pelo fim do camelódromo legalizado, que será demolido para dar lugar à expansão do terminal rodoviário Américo Fontenelle.
Entre os assuntos que serão discutidos está a exigência da Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Estado do Rio de Janeiro (Coderte-RJ) de que os vendedores deixem as lojas que ainda estão funcionando, até o dia 10 de Maio, ou seja menos de cinco dias. Também estarão em debate garantias de que o Camelódromo será reconstruído em outro local e como as famílias afetadas se sustentarão até que haja uma resolução do governo. Vale lembrar que até às 23h do dia 4 de Maio, o dono do posto da Central, onde o prefeito Eduardo Paes afirma que será construído um complexo baseado no Mercadão de Madureira, não recebeu nenhuma proposta do governo para vender seu terreno.
Mesmo sem considerar a perda dessas pessoas, será grande o impacto do desemprego. Duas mil pessoas representam quase 5% da população economicamente ativa que se encontra desocupada no Estado do Rio (IBGE 2000), isso como resultado de uma única tragédia, o que pode gerar graves consequências econômicas e sociais para o estado. O desfecho desse episódio pode depender do seu apoio. Esteja presente nessa audiência ou divulgue as notícias e e-mails sobre o assunto. Se essa história for esquecida, há um risco muito grande de que as promessas do governo não sejam cumpridas e que esse se torne mais um final cruel para pessoas que só querem trabalhar em paz.
Seiji Nomura – Estudante de Jornalismo UFRJ